Um problema comum entre os iniciantes nas artes marciais é a concentração. Conseguir limpar a mente dos pensamentos que atrapalham uma boa aplicação da técnica é muito difícil de início e tende a interferir em todo aprendizado. Para conseguirmos entender melhor os conceitos necessários para desenvolver algumas habilidades que desenvolvam a nossa concentração eu vou entrar em alguns aspectos que apesar de não dominar muito, posso arriscar algumas palavras. Nas culturas orientais, ao contrário das do ocidente que são mais divulgadas é comum a união fundamental do corpo e da mente, assim como no conceito de equilíbrio do yin e yang, espírito e matéria ou macho e fêmea, que participam da dança universal de todas as coisas. No oriente a sabedoria tem pouco valor se não for ao mesmo tempo um fenômeno sensorial e mental que participa diretamente no desenvolvimento espiritual e intelectual de cada individuo, assim como sua saúde do corpo em equilíbrio, em algumas meditações básicas o praticante se concentra nas sensações corporais primárias.
Hoje em dia sabemos que para a prática correta das artes marciais é preciso que o indivíduo se dedique não só nos aspectos físicos, mas sim na inicialização da cura mental das feridas encontradas em nossa psique. Com o respaldo de descobertas cientificas sobre a dualidade do cérebro humano podemos nos aprofundar nesses conceitos e entender melhor o nosso funcionamento, observando que a parte direito e a esquerda do cérebro tem funções distintas: O hemisfério esquerdo do cérebro controla o aspecto conceitual, racional e verbal, enquanto o hemisfério direito controla a dimensão intuitiva, artística e não verbal. Isso comprova a importância da aplicação de outros conhecimentos nas artes marciais que ajudam a entender a dualidade de nossa própria natureza. Sabendo disso é necessário o estimulo de dois pontos vitais para o desenvolvimento e equilíbrio de nossas energias, o ponto da cabeça e do ventre. A maioria de nós durante a prática de artes marciais começa a perceber que em nossa cultura é comum valorizar uma parte dessa dualidade, enquanto a outra parte fica subvalorizada. Ao menosprezar a parte do ventre, por considerarmos incapaz e insignificante estamos criando um desequilíbrio perigoso, assim como quando nós privamos o princípio da cabeça de seu complemento natural, este se torna rígido, violento, espiritualmente vazio, inseguro e estável. Essa privação que a mente sofre é refletida na forma de tensões, neuroses e muitos outros males.
A contraparte disso é quando subvalorizamos o princípio do ventre, que reprimido tenta continuamente retomar o equilíbrio harmonioso,e ao encontrar resistência se distorce, perdendo seu caráter natural. Essa distorção se manifesta muitas vezes com a dureza e o peso do individuo, que se torna incapaz de se movimentar com leveza e fluidez o que muitas vezes leva ao descontrole se manifestando com emoções e sensações negativas. A primeira vista pode parecer que se trata apenas de um conflito entre extremos que ao terem sua autoridade abalada pelo oposto se sentem ameaçados. A eterna guerra entre a razão e a emoção não deve ser entendida unicamente como um conflito natural, para nós praticantes é importante entender que buscamos a verdade, essa verdade está localizada num centro, num equilíbrio e por mais tentador que seja acreditar mais em determinado aspecto do que outro é de extrema importância que encontremos o balanço de tudo, procurando a integração das duas partes. A neurofisiologia tem descoberto que, apesar das partes esquerda e direita do cérebro terem funções especificas, nas atividades normais ambas intervêm ativamente, observando também que à medida que nós aumentamos a nossa atividade cerebral (seja através da meditação ou psicoterapia) os eletro encefalogramas, ou seja, as representações das ondas cerebrais, vão tornando-se mais simétricas e os dois hemisférios acabam tendo a mesma estrutura harmoniosa e limpa. Dessa forma eu quis tentar introduzir a idéia de equilíbrio através da concentração, da limpeza de nossa mente e espírito para o aprimoramento da energia equilibrada e mais pura, que muitos acham se tratar de um novo tipo de energia que surge ao se atingir esse equilíbrio, como conheço pouco do assunto não vou me arriscar muito sobre esse terceiro ponto que seria focado no coração, mas deixo a porta aberta para que possamos discutir o assunto e trocar conhecimentos com relação não só a esse tema, mas como qualquer coisa ligada que possa contribuir de forma positiva ao nosso entendimento.
Por: Rubem de Souza A. Neto
Por: Rubem de Souza A. Neto
valeu pela dica brother!
ResponderExcluirMuito bom artigo Ruben. Vou deixar meu pequeno comentário sobre o tema, e espero ajudar na compreensão do tema.
ResponderExcluirA visão do Yin e Yang é mostrar que no universo existem uma dualidade entre os seres, e no universo. Que somos o micro, e pertecemos ao macro, E que ambos universos influência entre si. Quando há um desequilibrio em nosso ser, isso pode afetar o universo, ou já estamaos sendo afetado por ele. Longe de sermos um deus em escala menor, mas nossas ações tem consequencia direta com universo, isso porquer existe um ponto de equílibrio, que na maior parte do tempo estamos quebrando-o. O papel das ciências corparais e mentais é buscar esse ponte de equilibrio e mantê-lo. Evidente que isso tem haver com a ordem de valores que temos e relação ao nosso semelhante e ao universo. Quantos mais somos egoístas e materialista, mais longe estamos de estar equilibrado, pois nossas ações será baseada nesses valores. Resultado, ansiedade, descontrole emocional, saúde abalada e nos tornamos memos humano. Então percebe que estamos em constante combate com nós mesmos. Há uma necessidade urgente de ferramentas de tranformação. Nesse caso "puxundo um pouco a sardinha" pra artes marciais. pois elas trabalham a mente, o corpo, tendo suas energias bem direcionada, para que ser encontre esse equilibrio, para que possamos ter uma jornada nesse plano bem harmonica. Mas lembre, isso é um combate diário, e precisamos está com as ferramentas bem afiadas e os valores bem definidos.
Manoel Ramos
Prof. de Wing Chun Kung Fu
Chin Martial Arts Institute