Quando estamos presos numa encruzilhada de sentimentos e precisamos de paciência para entender o caminho que vamos trilhar nós costumamos olhar para trás, tentando encontrar respostas nas nossas experiências antigas. Quando olho para trás algo me diz para não entregar meu coração, algo me diz que as cicatrizes ainda estão lá e querendo ou não vai ser difícil encarar o amor. Aprendemos de várias formas que o amor vem sem avisar e que não podemos controlar as conseqüências desse sentimento, o problema é que ninguém nos ensina que esse amor por muitas vezes aparece apenas em nós, não sendo compartilhado pela pessoa que amamos e desejamos.
Sendo assim seria justo entregar esse amor para essa pessoa? Poderia ela saber o que fazer com ele, mesmo não amando? Não seria egoísmo nosso forçá-la a sentir o que sentimos? Seria mais fácil guardar esse amor e simplesmente esperar que o tempo faça o resto? Às vezes é tão difícil você conseguir tirar o seu amor do peito, é tão complicado segura-lo nas mãos, pois mesmo desejando dar esse amor para aquela pessoa nós ficamos paralisados, sem saber o que fazer com ele. Somos tomados por um medo que cauteriza a alma, que nos fazem parecer como tolos assustados.
Entendo eu que forçar o outro a amar é imperdoável e nada tem a ver com o verdadeiro amor, mas sim com uma busca frenética para conseguir algo que se deseja sem nem ao menos compreender a nobreza de que podemos amar o suficiente para deixar aquilo que amamos ir. Pois , não poderia por um amor egoísta aprisionar o coração de quem amamos. Acredito que ao tentar possuir a todo custo esse amor, verei sua beleza indo embora. Mas se eu apenas pudesse contemplar sua beleza, mesmo que a distância, você permaneceria para sempre comigo. Poderia seu amor nunca ser meu, mas eu a teria para sempre. Queria que fosses minha, mas não sei se mereço e quero que saiba que mesmo cortado e cheio de cicatrizes, esse mesmo coração insiste em pulsar por você, insistindo dentro de mim que é você a única que pode cura-lo e traze-lo de volta para a luz.